Relatório a16z 2025: Novo recorde de valor de mercado de 4 trilhões, o primeiro ano da tokenização global de ativos

Título original: State of Crypto 2025: The year crypto went mainstream

Autores originais: Daren Matsuoka, Robert Hackett, Eddy Lazzarin, Jeremy Zhang, Stephanie Zinn, a16z

Tradução original: xiaozou, Jinse Finance

O mundo está se tornando totalmente on-chain.

Quando publicamos nosso primeiro relatório da indústria cripto, o setor ainda estava na adolescência. Na época, o valor total de mercado das criptomoedas era apenas metade do atual, as blockchains eram mais lentas, mais caras e menos estáveis.

Nos últimos três anos, os construtores de cripto enfrentaram quedas de mercado e incertezas regulatórias, mas continuaram impulsionando grandes atualizações de infraestrutura e avanços tecnológicos. Esses esforços nos trouxeram até aqui — um momento histórico em que os ativos cripto estão se tornando uma parte importante da economia moderna.

O fio condutor da narrativa cripto em 2025 é a maturidade do setor. Em resumo, o mundo cripto cresceu:

Gigantes das finanças tradicionais (Visa, BlackRock, Fidelity, JPMorgan) e desafiantes nativos da tecnologia (PayPal, Stripe, Robinhood) lançaram produtos cripto;

As blockchains agora processam mais de 3.400 transações por segundo (um crescimento de mais de cem vezes em cinco anos);

As stablecoins sustentam um volume anual de transações de 46 trilhões de dólares (ajustado para 9 trilhões de dólares), equiparando-se à Visa e PayPal;

Os produtos negociados em bolsa de Bitcoin e Ethereum ultrapassaram 175 bilhões de dólares em volume.

O relatório deste ano aprofunda-se nas transformações do setor: da adoção institucional, ascensão das stablecoins à convergência entre cripto e inteligência artificial. Pela primeira vez, lançamos um painel de dados cripto para acompanhar a evolução do setor por meio de indicadores-chave.

A seguir, os principais pontos deste artigo:

· O mercado cripto já apresenta escala, globalização e crescimento contínuo;

· Instituições financeiras estão abraçando totalmente os ativos cripto;

· Stablecoins estão se tornando mainstream;

· A resiliência do ecossistema cripto dos EUA atinge o pico histórico;

· O mundo acelera o processo de on-chain;

· A infraestrutura blockchain está próxima de um ponto de maturidade crítica;

· Cripto e inteligência artificial estão profundamente integrados.

1. O mercado cripto já apresenta escala, globalização e crescimento contínuo

Em 2025, o valor total de mercado das criptomoedas ultrapassou pela primeira vez a marca de 4 trilhões de dólares, evidenciando o salto do setor. O número de usuários de carteiras móveis cripto cresceu 20% em relação ao ano anterior, atingindo um recorde histórico. A mudança do ambiente regulatório, de resistência para apoio, somada à rápida implementação de tecnologias como stablecoins e tokenização de ativos financeiros tradicionais, definirá o rumo do próximo ciclo.

Segundo nossas estimativas baseadas em uma metodologia atualizada, atualmente existem cerca de 40 a 70 milhões de usuários cripto ativos no mundo, um aumento de cerca de 10 milhões em relação ao ano passado.

Esse número representa apenas uma pequena fração dos 716 milhões de detentores de ativos cripto no mundo (um aumento anual de 16%) e é muito inferior ao número de endereços ativos mensais on-chain, cerca de 181 milhões (queda de 18% em relação ao ano anterior).

A diferença entre detentores passivos (possuem ativos cripto, mas não transacionam on-chain) e usuários ativos (transacionam regularmente on-chain) revela uma oportunidade importante para os construtores de cripto: como alcançar o grupo potencial de usuários que já possuem ativos cripto, mas ainda não participam de atividades on-chain.

Onde estão esses usuários cripto? Que atividades eles realizam?

O ecossistema cripto é global, mas diferentes regiões do mundo apresentam padrões de uso distintos. O uso de carteiras móveis, um indicador de atividade on-chain, cresceu mais rapidamente em mercados emergentes como Argentina, Colômbia, Índia e Nigéria (especialmente na Argentina, onde, em meio à crise monetária dos últimos três anos, o uso de carteiras móveis cripto aumentou 16 vezes).

Ao mesmo tempo, nossa análise da origem geográfica do tráfego relacionado a tokens mostra que o interesse em tokens é mais forte em países desenvolvidos. Em comparação com o comportamento dos usuários de países em desenvolvimento, países como Austrália e Coreia do Sul tendem a concentrar suas atividades em negociação e especulação.

O Bitcoin (ainda detendo mais da metade do valor total de mercado cripto) é preferido pelos investidores como reserva de valor, atingindo um novo recorde acima de 126.000 dólares. Enquanto isso, Ethereum e Solana já recuperaram a maior parte das perdas após a queda de 2022.

À medida que as blockchains continuam a escalar, o mercado de taxas amadurece e novos aplicativos surgem, certos indicadores tornam-se cada vez mais importantes, como o "valor econômico real" — que mede o valor que os usuários realmente pagam para usar a blockchain. Atualmente, Hyperliquid e Solana respondem por 53% da atividade econômica geradora de receita, marcando uma mudança significativa em relação ao domínio anterior de Bitcoin e Ethereum.

No ecossistema de desenvolvedores, o mundo cripto ainda apresenta um cenário multichain, com Bitcoin, Ethereum e suas redes de segunda camada, além de Solana, formando os três principais polos de desenvolvedores. Em 2025, Ethereum e suas L2 se tornaram o principal destino para novos desenvolvedores, enquanto Solana é um dos ecossistemas que mais cresce — o interesse de desenvolvedores aumentou 78% nos últimos dois anos. Esse dado vem de uma pesquisa da equipe de investimentos cripto da a16z sobre as plataformas de desenvolvimento preferidas por empreendedores.

2. Instituições financeiras estão abraçando totalmente os ativos cripto

O ano de 2025 pode ser considerado o marco da adoção institucional. Logo após o relatório do ano passado anunciar que as stablecoins atingiram o product-market fit em apenas cinco dias, a Stripe anunciou a aquisição da plataforma de infraestrutura de stablecoins Bridge, dando início à entrada pública das empresas financeiras tradicionais no universo das stablecoins.

Meses depois, o IPO de 10 bilhões de dólares da Circle marcou a entrada dos emissores de stablecoins no mainstream das instituições financeiras. Em julho, a aprovação bipartidária do "GENIUS Act" forneceu um guia claro de ação para construtores e instituições. Desde então, a frequência de menções a stablecoins em documentos da SEC aumentou 64%, e os anúncios de iniciativas das principais instituições financeiras explodiram.

As aplicações institucionais estão avançando rapidamente. Citigroup, Fidelity, JPMorgan, Mastercard, Morgan Stanley e Visa já começaram (ou planejam) oferecer produtos cripto diretamente aos consumidores, permitindo-lhes comprar, vender e manter ativos digitais, além de ações e outros produtos tradicionais negociados em bolsa. Ao mesmo tempo, plataformas como PayPal e Shopify estão investindo fortemente em pagamentos, construindo infraestrutura para transações cotidianas entre comerciantes e consumidores.

Além de oferecer produtos diretamente, empresas fintech como Circle, Robinhood e Stripe estão desenvolvendo ou anunciaram planos para desenvolver novas blockchains focadas em pagamentos, ativos do mundo real e stablecoins. Essas iniciativas podem levar mais fluxos de pagamento para on-chain, promover aplicações empresariais e, por fim, construir um sistema financeiro maior, mais rápido e mais globalizado.

Essas empresas possuem enormes redes de distribuição. Se o desenvolvimento continuar, a tecnologia cripto poderá ser totalmente integrada aos serviços financeiros que usamos diariamente.

Os produtos negociados em bolsa tornaram-se outro motor-chave para o investimento institucional, com ativos cripto on-chain ultrapassando 175 bilhões de dólares, um aumento de 169% em relação aos 65 bilhões de dólares de um ano atrás.

O iShares Bitcoin Trust da BlackRock é considerado o produto negociado em bolsa de Bitcoin mais ativo da história, e os produtos de Ethereum lançados posteriormente também registraram entradas significativas de capital nos últimos meses. (Nota: embora frequentemente chamados de ETFs, esses produtos são registrados na SEC como exchange-traded products, indicando que seus ativos subjacentes não incluem valores mobiliários.)

Esses produtos reduziram significativamente a barreira de entrada para investimentos em ativos cripto, abrindo caminho para grandes volumes de capital institucional que historicamente permaneceram à margem do setor.

As empresas de "reserva de ativos digitais" negociadas publicamente — ou seja, aquelas que mantêm ativos cripto em seus balanços (semelhante a empresas que mantêm caixa em tesouraria) — atualmente detêm cerca de 4% do fornecimento circulante total de Bitcoin e Ethereum. Juntas, essas empresas e os produtos negociados em bolsa detêm cerca de 10% do fornecimento circulante de Bitcoin e Ethereum.

3. Stablecoins estão se tornando mainstream

O maior símbolo da maturidade do mercado cripto em 2025 é a ascensão das stablecoins. Antes usadas principalmente para liquidação de negociações especulativas, nos últimos dois anos as stablecoins tornaram-se a forma mais rápida e barata de transferir dólares globalmente — processando milhões de transações por segundo, com custo inferior a um centavo por transação, cobrindo a grande maioria das regiões do mundo.

Este ano, as stablecoins tornaram-se o pilar da economia on-chain.

No último ano, o volume total de transações com stablecoins atingiu 46 trilhões de dólares, um aumento de 106% em relação ao ano anterior. Embora isso represente principalmente fluxo de capital (diferente dos pagamentos de varejo das operadoras de cartão), o volume é três vezes maior que o da Visa e se aproxima da rede ACH, que conecta todo o sistema bancário dos EUA.

Ajustando para remover bots e wash trading, o volume real de transações com stablecoins nos últimos 12 meses foi de 9 trilhões de dólares, um aumento de 87% em relação ao ano anterior, mais de cinco vezes o volume processado pelo PayPal e mais da metade do volume da Visa.

O uso está se popularizando rapidamente. O volume mensal ajustado de transações com stablecoins atingiu um recorde histórico, chegando a quase 1,25 trilhão de dólares apenas em setembro de 2025.

Vale notar que essa atividade tem baixa correlação com o volume total de negociações cripto — indicando que as stablecoins estão sendo usadas para fins não especulativos e, mais importante, confirmando seu product-market fit.

O fornecimento total de stablecoins também atingiu um recorde histórico, ultrapassando 300 bilhões de dólares.

O mercado é dominado pelas principais stablecoins: Tether e USDC respondem por 87% do fornecimento total. Em setembro de 2025, o volume de transações com stablecoins processadas nas blockchains Ethereum e Tron (ajustado) atingiu 772 bilhões de dólares, representando 64% do volume total. Embora esses dois emissores e blockchains dominem a atividade de stablecoins, blockchains e emissores emergentes também estão crescendo rapidamente.

As stablecoins tornaram-se uma força importante na macroeconomia global: mais de 1% dos dólares existem em blockchains públicas na forma de stablecoins tokenizadas, e sua participação em títulos do Tesouro dos EUA subiu da 20ª para a 17ª posição em relação ao ano passado. Atualmente, as stablecoins detêm mais de 150 bilhões de dólares em títulos do Tesouro dos EUA — mais do que muitos países soberanos.

Enquanto isso, apesar da demanda global por títulos do Tesouro dos EUA estar diminuindo, a dívida nacional continua a crescer. Pela primeira vez em 30 anos, as reservas de ouro dos bancos centrais estrangeiros superaram os títulos do Tesouro dos EUA.

Mas as stablecoins seguem na contramão: mais de 99% das stablecoins são denominadas em dólares, e espera-se que seu volume cresça dez vezes até 2030, ultrapassando 3 trilhões de dólares — o que pode fornecer uma fonte forte e sustentável de demanda por dívida dos EUA nos próximos anos.

Mesmo que bancos centrais estrangeiros reduzam suas posições em títulos do Tesouro dos EUA, as stablecoins continuam fortalecendo a posição dominante do dólar.

4. A resiliência do ecossistema cripto dos EUA atinge o pico histórico

Os EUA reverteram sua postura anterior de oposição ao setor cripto, restaurando a confiança dos construtores.

A aprovação do "GENIUS Act" e a aprovação do "CLARITY Act" pela Câmara dos Deputados este ano marcam um consenso bipartidário: os ativos cripto não apenas sobreviverão nos EUA, mas também têm condições para prosperar. Essas duas leis estabelecem um quadro regulatório equilibrado para stablecoins, estrutura de mercado e supervisão de ativos digitais, conciliando inovação e proteção ao investidor. Ao mesmo tempo, a Ordem Executiva nº 14178 revogou diretrizes anti-cripto anteriores e criou um grupo de trabalho interagências para modernizar a política federal de ativos digitais.

O ambiente regulatório está abrindo caminho para os construtores liberarem todo o potencial dos tokens como novos primitivos digitais — assim como os sites foram para as gerações anteriores da internet. Com a clareza regulatória, mais tokens de rede fecharão o ciclo econômico ao gerar receitas para os detentores, criando um novo motor econômico autossustentável e distribuindo os benefícios do sistema para mais usuários na internet.

5. O mundo acelera o processo de on-chain

A economia on-chain, antes um campo experimental de nicho para early adopters, evoluiu para um ecossistema diversificado com dezenas de milhões de participantes mensais. Hoje, quase um quinto do volume de negociações à vista ocorre em exchanges descentralizadas.

O volume de negociação de contratos perpétuos aumentou quase oito vezes no último ano, com crescimento explosivo entre especuladores cripto. Exchanges descentralizadas de contratos perpétuos como Hyperliquid já processaram trilhões de dólares em volume, gerando mais de 1 bilhão de dólares em receita anualizada este ano — números comparáveis a algumas exchanges centralizadas.

Os ativos do mundo real — incluindo títulos do Tesouro dos EUA, fundos do mercado monetário, crédito privado e imóveis tokenizados on-chain — estão conectando cripto e finanças tradicionais. O mercado total de RWAs tokenizados atingiu 30 bilhões de dólares, quase quadruplicando nos últimos dois anos.

Fora do setor financeiro, o campo mais ambicioso da blockchain em 2025 é o DePIN — redes descentralizadas de infraestrutura física.

Assim como o DeFi reconstruiu o sistema financeiro, o DePIN está remodelando redes de telecomunicações, sistemas de transporte, redes de energia e outras infraestruturas físicas. O potencial é enorme: o Fórum Econômico Mundial prevê que o mercado DePIN atingirá 3,5 trilhões de dólares até 2028.

A rede Helium é o caso mais representativo. Essa rede sem fio impulsionada pela base opera mais de 111.000 hotspots gerenciados por usuários, fornecendo cobertura 5G para 1,4 milhão de usuários ativos diários.

Os mercados de previsão romperam a bolha mainstream durante o ciclo eleitoral presidencial dos EUA em 2024, com plataformas líderes como Polymarket e Kalshi movimentando bilhões de dólares em volume mensal. Apesar das dúvidas sobre a manutenção da atividade em anos não eleitorais, essas plataformas aumentaram o volume de negociações quase cinco vezes desde o início de 2025, aproximando-se de máximas históricas.

Na ausência de regulamentação clara, as memecoins cresceram explosivamente, com mais de 13 milhões lançadas no último ano. Com políticas mais favoráveis e legislação bipartidária abrindo caminho para casos de uso mais construtivos de blockchain, essa tendência desacelerou nos últimos meses — o número de lançamentos em setembro caiu 56% em relação a janeiro.

Embora o volume de negociação de NFTs ainda não tenha retornado ao pico de 2022, o número de compradores ativos mensais continua crescendo. Essas tendências sugerem que o comportamento do consumidor está mudando da especulação para a coleção, com blockchains como Solana e Base oferecendo espaço de bloco mais barato para isso.

6. A infraestrutura blockchain está próxima de um ponto de maturidade crítica

Sem grandes avanços na infraestrutura blockchain, nenhuma dessas atividades seria possível.

Em apenas cinco anos, o throughput total das principais redes blockchain aumentou mais de 100 vezes. Antes, as blockchains processavam menos de 25 transações por segundo; agora, atingem 3.400 TPS, equiparando-se à velocidade da Nasdaq e ao volume global da Stripe durante a Black Friday, com custos muito inferiores aos históricos.

No ecossistema blockchain, Solana tornou-se um dos destaques. Sua arquitetura de alto desempenho e baixo custo agora suporta desde projetos DePIN até mercados de NFT, com aplicativos nativos gerando 3 bilhões de dólares em receita no último ano. Atualizações planejadas devem dobrar a capacidade da rede até o final do ano.

O Ethereum continua avançando em sua roadmap de escalabilidade, com a maior parte da atividade econômica migrando para soluções de segunda camada como Arbitrum, Base e Optimism. O custo médio de transação nas L2 caiu de cerca de 24 dólares em 2021 para menos de um centavo atualmente, tornando o espaço de bloco relacionado ao Ethereum barato e abundante.

As pontes cross-chain estão tornando as blockchains interoperáveis. Soluções como LayerZero e o protocolo de transferência cross-chain da Circle permitem que os usuários movam ativos em sistemas multichain. O volume de transações da ponte padrão da Hyperliquid já atingiu 74 bilhões de dólares desde o início do ano.

A privacidade está de volta ao centro das atenções e pode se tornar um pré-requisito para a adoção em massa. Sinais de aumento de interesse incluem: buscas no Google relacionadas à privacidade cripto dispararam em 2025; o pool protegido do Zcash cresceu para quase 4 milhões de ZEC; o volume mensal de transações da Railgun ultrapassou 200 milhões de dólares.

Outros sinais de impulso: a Ethereum Foundation criou uma nova equipe de privacidade; Paxos e Aleo lançaram a stablecoin privada e compatível USAD; o Office of Foreign Assets Control suspendeu sanções ao protocolo de privacidade descentralizado Tornado Cash. Esperamos que, à medida que a tecnologia cripto se torne mainstream, essa tendência ganhe ainda mais força nos próximos anos.

Da mesma forma, provas de conhecimento zero e sistemas de provas sucintas estão evoluindo rapidamente de décadas de pesquisa acadêmica para infraestrutura crítica. Sistemas de conhecimento zero já estão integrados a rollups, ferramentas de compliance e até serviços de rede mainstream — o novo sistema de identidade ZK do Google é um exemplo.

Enquanto isso, as blockchains estão acelerando o roadmap de resistência à computação quântica. Atualmente, cerca de 750 bilhões de dólares em Bitcoin estão armazenados em endereços vulneráveis a ataques quânticos futuros. O governo dos EUA planeja migrar os sistemas federais para algoritmos criptográficos resistentes à computação quântica até 2035.

7. Cripto e inteligência artificial estão profundamente integrados

Entre os muitos avanços tecnológicos, o lançamento do ChatGPT em 2022 trouxe a IA para o centro das atenções — e isso também criou oportunidades claras para o setor cripto. Desde rastreamento de origem e licenciamento de IP até fornecer canais de pagamento para agentes inteligentes, a tecnologia cripto pode ser a resposta para os desafios mais urgentes da IA.

Sistemas de identidade descentralizados como o Worldcoin, que já verificou mais de 17 milhões de usuários, podem fornecer "prova de humanidade" e ajudar a distinguir usuários reais de bots.

Novos padrões de protocolo como x402 estão se tornando infraestrutura financeira potencial para agentes autônomos de IA, permitindo micropagamentos, chamadas de API e liquidação sem intermediários — a Gartner prevê que essa economia pode atingir 30 trilhões de dólares até 2030.

Enquanto isso, a camada computacional da IA está se consolidando em torno de poucos gigantes da tecnologia, levantando preocupações sobre centralização e censura. Atualmente, apenas OpenAI e Anthropic controlam 88% da receita das empresas "AI native", Amazon, Microsoft e Google detêm 63% do mercado de infraestrutura em nuvem, e a Nvidia possui 94% do mercado de GPUs para data centers. Esse desequilíbrio permitiu que as "sete grandes" empresas registrassem crescimento de lucro líquido de dois dígitos por vários trimestres consecutivos, enquanto as outras 493 empresas do S&P 500 não conseguiram superar a inflação em seus lucros.

A tecnologia blockchain oferece um contrapeso ao poder centralizador dos sistemas de IA.

Durante o boom da IA, alguns construtores cripto migraram para o setor. Nossa análise mostra que, desde o lançamento do ChatGPT, cerca de 1.000 postos de trabalho migraram do setor cripto para a IA. No entanto, essa perda foi compensada por um número equivalente de construtores vindos de finanças tradicionais, tecnologia e outros setores para o cripto.

8. Perspectivas futuras

Em que estágio estamos agora? À medida que o quadro regulatório se torna mais claro, o caminho para que tokens gerem receita real por meio de taxas está se delineando. A adoção de cripto por instituições financeiras tradicionais e fintechs continuará a acelerar; as stablecoins atualizarão o sistema financeiro tradicional e impulsionarão a inclusão financeira global; novos produtos liderarão a próxima onda de usuários para o mundo on-chain.

Já temos a infraestrutura e as redes de distribuição, e em breve teremos a certeza regulatória necessária para impulsionar a adoção mainstream da tecnologia. Agora é o momento de atualizar o sistema financeiro, reconstruir os canais de pagamento globais e construir a internet ideal.

Após dezessete anos de desenvolvimento, a indústria cripto está deixando a adolescência e entrando na maturidade.

Link para o artigo original