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A inflação do núcleo do Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) dos EUA, a medida preferida do Federal Reserve para a inflação, subiu para 2,9% em julho, ante 2,8% em junho, em linha com as previsões dos economistas. O aumento mensal dos preços do núcleo do PCE também ficou em 0,3%, conforme esperado, refletindo pressões inflacionárias contínuas apesar do otimismo anterior sobre a desaceleração dos preços [1]. Este é o primeiro grande teste de dados para o Fed desde que o presidente Jerome Powell sinalizou a retomada dos cortes de juros durante seu discurso no simpósio de Jackson Hole. O relatório do PCE, divulgado juntamente com os dados de renda e despesas pessoais, mostrou que a renda pessoal aumentou 0,4% em julho e as despesas de consumo pessoal cresceram 0,5%, ambos alinhados com as projeções [1].

A divulgação dos dados do núcleo do PCE teve implicações imediatas para as expectativas do mercado em relação à trajetória da política monetária do Federal Reserve. Após o relatório, os traders precificaram uma probabilidade de 87% de um corte de 25 pontos-base na reunião de 17 de setembro, acima dos 83% antes da divulgação dos dados. Além disso, as chances de pelo menos um corte de 50 pontos-base nas três reuniões restantes do ano agora estão em 86%, ante 84% anteriormente [1]. Essas expectativas atualizadas refletem um mercado que ainda aposta em uma flexibilização gradual da política monetária, apesar da leitura persistente da inflação.

Os dados do núcleo do PCE já eram amplamente antecipados com base em indicadores anteriores, especialmente o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e o Índice de Preços ao Produtor (PPI) de julho, que já haviam sinalizado a direção dos números finais do PCE [1]. O suspense relativamente baixo em torno da divulgação sugere que os dados não alteraram as expectativas existentes do mercado. No entanto, o próximo relatório de empregos de agosto e a próxima rodada de dados de inflação no início de setembro servirão como referências mais críticas antes da reunião de política monetária de setembro, na qual se espera amplamente que o Fed inicie seu ciclo de cortes de juros.

O impacto das pressões inflacionárias também está sendo sentido em outros setores da economia. O déficit comercial de bens dos EUA disparou para 103.6 bilhões de dólares em julho, superando a estimativa de 87.7 bilhões de dólares, impulsionado por um aumento de 7,1% nas importações [1]. Enquanto isso, o mercado de criptomoedas tem se mostrado particularmente sensível aos desdobramentos da inflação, com o CoinDesk 20 Index caindo 3,6% em 24 horas em meio ao sentimento de aversão ao risco antes da divulgação do PCE. Analistas sugerem que uma leitura de inflação acima do esperado pode levar o Fed a adotar uma postura de "um e pronto", limitando novos cortes a uma única redução de 25 pontos-base neste ano [3].

Apesar dos desafios impostos pela inflação, o consumo das famílias permanece resiliente, com um crescimento revisado de 0,4% nas despesas pessoais em junho, acima dos 0,3% inicialmente reportados [1]. Isso indica que as famílias continuam absorvendo as pressões do custo de vida, pelo menos por enquanto. No entanto, economistas alertam que o impacto total dos aumentos tarifários propostos pelo presidente Trump nos preços ao consumidor ainda não foi sentido, o que pode complicar ainda mais a estratégia de cortes de juros do Fed.

Fonte: [1] PCE Inflation Data Passes First Test Of Fed Rate-Cut Shift [2] (not included) [3] Crypto Markets Today: SOL Futures Are More Popular Than Ever