Pavel Durov, do Telegram, acusa a França de chantagem eleitoral na Moldávia

O CEO do Telegram, Pavel Durov, fez alegações flagrantes sobre as eleições da Moldávia, afirmando que as autoridades francesas o pressionaram a banir canais pró-Rússia. Isso teria ocorrido há cerca de um ano.

À medida que Rússia e União Europeia exerciam pressão extraordinária sobre a pequena nação, o Telegram, as criptomoedas e outras infraestruturas Web3 possibilitaram novas táticas. Isso pode prejudicar a confiança popular nas eleições futuras.

Acusações de Durov sobre a Moldávia

As eleições da Moldávia ocorreram ontem, e a política externa claramente se tornou a questão definidora para o país. O governo deveria buscar a adesão à União Europeia ou uma distensão com a Rússia? Na semana passada, investigadores identificaram uma campanha pró-Rússia que utilizou criptomoedas para financiar candidatos, ativistas, operações de pesquisa e mais.

No entanto, a situação ficou ainda mais confusa, pois parece que figuras pró-União Europeia também tomaram medidas extraordinárias para influenciar o resultado. Especificamente, o CEO do Telegram, Pavel Durov, acusou autoridades francesas de pressioná-lo para influenciar as eleições da Moldávia:

🇲🇩 Cerca de um ano atrás, enquanto eu estava preso em Paris, os serviços de inteligência franceses me procuraram por meio de um intermediário, pedindo que eu ajudasse o governo da Moldávia a censurar certos canais do Telegram antes das eleições presidenciais na Moldávia. Após revisar os canais…

— Pavel Durov (@durov) 28 de setembro de 2025

Durov não afirmou que essa interferência na Moldávia ocorreu recentemente; supostamente, aconteceu durante sua prisão na França no ano passado. Especificamente, ele alegou que a inteligência francesa pediu que ele banisse alguns canais do Telegram por interferência eleitoral. A lista, sinalizada por autoridades francesas e moldavas, era composta inteiramente por grupos pró-Rússia.

Autoridades da UE cometeram chantagem?

Durov examinou esses canais suspeitos da Moldávia e determinou que vários deles realmente violavam os termos de serviço do Telegram. Após removê-los, ele afirmou que a inteligência francesa disse que “falaria coisas boas” sobre ele ao juiz responsável. Em seguida, vieram novos pedidos para banir mais canais pró-Rússia, o que Durov recusou.

Se as alegações de Durov forem verdadeiras, isso significaria que um governo da União Europeia estava ativamente envolvido em interferir nas eleições da Moldávia.

As autoridades governamentais também tomaram a medida controversa de banir dois partidos pró-Rússia um dia antes da eleição, distorcendo ainda mais o processo democrático. Os partidos pró-União Europeia venceram a disputa posteriormente.

Ainda assim, pode ser prudente considerar essas alegações com cautela. Durov criticou sua prisão em várias ocasiões, mas só trouxe à tona essas acusações de um ano atrás durante as eleições da Moldávia.

Afinal, a França o libertou apesar de sua recusa em continuar banindo canais pró-Rússia no Telegram. Sua narrativa pode ser tendenciosa ou enganosa.

Usando Web3 contra a democracia

No entanto, essas são alegações muito sérias. Toda a população da Moldávia é menor do que a de Chicago, e duas das maiores potências mundiais podem ter perturbado seu processo democrático. Como o país pode decidir seu próprio futuro nessas circunstâncias?

Além disso, a comunidade cripto tem muito com o que se preocupar. O Bitcoin foi criado para ser sem fronteiras e descentralizado, mas empresas e estruturas Web3 podem estar envolvidas em manipulação eleitoral.

Os desenvolvedores precisam manter princípios firmes para combater a influência partidária.