Bitcoin sobe para US$ 91.000 enquanto ETFs de XRP batem recordes

À medida que o ano chega ao fim, uma pergunta permanece: será que finalmente chegou a hora de glória dos ETFs? Embora as correções tenham lançado uma sombra sobre novembro, o clima parece estar mudando. Entre um bitcoin recuperando terreno e ETFs de XRP atraindo investidores institucionais, o universo cripto está agitado, mas com cautela. Os sinais são múltiplos, às vezes contraditórios, frequentemente intrigantes. Os mercados estão em busca; os investidores, atentos. E alguns produtos, esses, explodem. Decifrando uma semana intensa entre retomadas, movimentações de fundos e apetite por regulação.

XRP, a nova galinha dos ovos de ouro dos ETFs cripto?

Está claro que os ETFs impulsionaram o preço do XRP. No momento, os números falam por si: US$ 676,49 milhões em ativos sob gestão para ETFs de XRP em 26 de novembro, com US$ 21,81 milhões de entradas líquidas apenas nesse dia. O mercado parece validar uma tendência: as instituições querem sua fatia de Ripple. Bitwise lidera o movimento com US$ 7,46 milhões em entradas, seguida por Canary Capital (US$ 5,21 milhões) e Franklin Templeton (US$ 4,83 milhões).

Mesmo em um clima pós-liquidação, a aparente calma do preço do XRP (em torno de US$ 2,23) esconde uma dinâmica estrutural. Os fundos se multiplicam, os volumes acompanham: US$ 38,12 milhões negociados em um único dia. Um sinal claro, segundo analistas da SoSoValue: a demanda não está enfraquecendo; está se consolidando. Em menos de uma semana, os ETFs de XRP atraíram US$ 230 milhões. Nesse ritmo, a marca de 1 bilhão de dólares parece estar ao alcance.

Em um comentário divulgado pela mídia especializada, um analista resume o clima: as entradas massivas não são apenas um efeito de sorte. Elas refletem uma estratégia institucional clara: ignorar as oscilações de volatilidade e apostar em produtos estruturados e regulados, calibrados para durar. Em outras palavras, o jogo não é mais sobre velocidade, mas sim sobre profundidade.

Bitcoin, uma recuperação entre alívio e encenação

Após uma queda para US$ 82.000, o bitcoin se recuperou e voltou a flertar com os US$ 91.000. Um fôlego ou uma verdadeira reviravolta? Segundo Vincent Liu, CIO da Kronos Research, é um clássico:

O bitcoin acima de US$ 90 mil reflete um típico repique de sobrevenda; após uma queda brutal, os compradores estão entrando. O clima geral de apetite por risco, impulsionado por uma chance de 80% de corte de juros pelo Fed em dezembro, está dando aos mercados o impulso necessário para estabilizar e retomar o fôlego.

Nos bastidores, os sinais são mistos. De um lado, as probabilidades de um corte de juros pelo Fed se aproximam de 85%, apoiando o apetite por risco. De outro, a cautela permanece palpável. O mercado parece ser movido mais por um otimismo renovado do que por uma dinâmica orgânica sólida. Jeffrey Ding, da HashKey, fala em uma “recuperação natural”, sem um catalisador. Os volumes permanecem baixos, como costuma acontecer durante os períodos de feriado nos Estados Unidos.

O BTC permanece em território volátil. Mas seu retorno acima do patamar psicológico de US$ 90.000 reacende cenários de alta. Outras criptos acompanham: ETH +3,1%, BNB +4%, SOL +3,3%, enquanto ADA continua em queda com −7% na semana.

Baleias, opções e XRP: o outro lado dos fluxos

Por trás das altas, o mecanismo continua complexo. As baleias se movimentaram: 700.000 BTC transferidos por holders de longo prazo, 9.000 BTC enviados para exchanges em um único dia e um aumento acentuado no tamanho médio dos depósitos na Binance – de 12 BTC para 37 BTC. Esses números não são triviais: sinalizam realização de lucros, até mesmo um alívio estratégico das carteiras.

No mercado de derivativos, o clima mudou. As opções abandonaram puts de proteção (80K–85K) para mirar calls em 100K. Uma forma de dizer: ainda não chegamos lá, mas acreditamos. As taxas de financiamento voltam a ficar positivas, sinal de que a demanda por posições compradas está retornando. Como um respiro.

Enquanto isso, os ETFs continuam atraindo capital. Em 26 de novembro, fundos spot de Bitcoin acumularam US$ 21,12 milhões em entradas líquidas, contra US$ 60,82 milhões para Ethereum e US$ 21,81 milhões para XRP. Solana, por sua vez, mostra uma saída de −US$ 8,1 milhões, prova de que a festa não é universal.

Números que marcam a tendência

• US$ 91.458: preço do bitcoin no momento da redação;
• US$ 676,49 milhões: ativos totais dos ETFs de XRP em 26 de novembro;
• 700.000 BTC: transferidos por holders de longo prazo em dois dias;
• US$ 230 milhões: valores injetados em ETFs de XRP em uma semana;
• 3,8: razão long/short de grandes contas na Binance, recorde de 3 anos.

Uma coisa é certa: o ano cripto não vai terminar na indiferença. Ainda mais agora que o ETF de Dogecoin da Bitwise acaba de ser aprovado pela NYSE. A pergunta que permanece: o mercado estará pronto para jogar junto, ou será apenas mais um fogo de palha?